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Informe SoNerd #13 Dos Livros para os Cinemas

Salt and Sanctuary [Review sem spoilers]

Um eco de franquias como Castlevania, Dark Souls e Bloodborne, Salt and Sanctuary traz uma experiência 2D visceral, intensa e muito bem trabalhada. Entre muitas coisas que impressionam neste jogo, talvez uma das melhores seja o estúdio que o produziu. Ska Studios é um minúsculo grupo de criadores de jogos, composto somente pelo casal James e Michelle Silva. Estúdios indie como esse, compostos por pessoas dedicadas e com boas ideias, vêm cada vez mais ganhando seu merecido espaço na mídia e nos corações de muitos jogadores.

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Com claros elementos da série Souls presentes a todo instante e em muitos detalhes do jogo, desde as mecânicas de combate (como o clássico parry de Dark Souls) até mesmo a ambientação (com direito a deixar mensagens para outros jogadores em certos locais, outra mecânica clássica de Dark Souls); Salt and Sanctuary não deixa de ter alma própria, sabendo amarrar sua originalidade com todos os elementos que toma de Dark Souls para si.

O enredo do jogo é envolto em mistério e inicialmente diz o mínimo possível para o jogador, cabendo a ele explorar o mundo e, com uma boa dificuldade, juntar todas as peças necessárias para entender uma coisa ou outra a respeito do que o cerca.

SaltEm Salt and Sanctuary você é um marinheiro que teve seu navio, que levava a princesa de suas terras, atacado por piratas e uma criatura que poderia muito bem ser o próprio Cthulhu (mas, infelizmente, não é), e acaba acordando naufragado em uma ilha misteriosa, repleta de construções ciclópicas, pântanos, florestas densas, masmorras mal iluminadas cobertas de sangue e infestadas por zumbis, cavaleiros profanos e dragões.

Todo o jogo é desenhado à mão, de cenários a personagens, com tons predominantemente escuros, frios e terrosos, o que dá a ele uma atmosfera lúgubre e única. Os cenários são bem trabalhados, os inimigos são genuinamente aterrorizantes e sangue e tripas serão uma visão comum, tornada bem mais leve do que deveria ser, tanto por ser um jogo 2D, como pelo traço cartoonizado usado pelos desenvolvedores.

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A trilha sonora é composta de órgãos e cantos gregorianos, peças orquestradas e sons minimalistas, que arrepiam todos os pelos do seu corpo, até épicos riffs de guitarra que poderiam pertencer a uma banda de heavy metal. Dito isso, você provavelmente ouvirá passos, grunhidos e gritos mais do que qualquer outra coisa.

SaltTudo é tão harmonizado que será comum sentir-se tenso ao longo da jogatina, ao ponto de até mesmo assustar-se em certos momentos. O jogo acaba pecando apenas nos traços do próprio personagem do jogador, tão simples que o privam de qualquer personalização razoável, tornando difícil até mesmo a distinção entre sexos.

A gameplay ao estilo RPG conta com uma quantidade absurda de skills, que podem ser combinadas e evoluídas ao longo da jogatina, dando centenas de possíveis estilos de combate para o seu personagem. Cada arma conta com um set de movimentos e combos próprios e o jogo contém mais de 600 itens em sua totalidade, dando ainda mais possibilidades ao jogador.

maxresdefaultNão se engane, porém, este é o tipo de jogo com uma gameplay quase masoquista, dada a sua dificuldade. Você vai querer jogar o controle na parede, amaldiçoar seus antepassados e xingar até o seu cachorro se achar que ele respirou na hora errada e te fez perder pela décima vez seguida para aquele boss. Uma das principais características de Dark Souls é a sua dificuldade, e Salt and Sanctuary não perde nem um pouco ao mimetizar esse quesito.

O jogo inteiro requer dedicação, memorização de movimentos, timing e paciência. Não é para os fracos, a morte é parte do seu aprendizado dentro do jogo, e ela será terrivelmente comum. A recompensa de jogos do gênero Soulslike porém, como aqueles que já jogaram sabem, reside na doce vitória ao superar suas complexas batalhas, enigmas e até mesmo em compreender seu enredo belo e misterioso.

A jornada pode ainda ficar muito mais fácil, divertida e menos assustadora, já que o jogo conta com uma opção de couch multiplayer (aquele multiplayer à moda antiga, onde se joga no mesmo local e com dois controles), algo revigorante, visto que esse estilo tem entrado em decadência desde a entrada dos multiplayers online no mercado.

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Salt and Sanctuary é um golpe ambicioso de um pequeno estúdio independente, mas provê o tipo de imersividade que, em uma era de mundos tridimensionais abertos, jogos com gráficos de ponta e multiplayers frenéticos, surpreende e fascina em um jogo 2D.


Nome: Salt and Sanctuary
Desenvolvedora: Ska Studios
Plataforma: Playstation 4, PSvita e PC
Gênero: Plataforma, RPG de Ação
Diretores: James e Michelle Silva
Compositor: idem
Modos de Jogo: Singleplayer e Multiplayer
Lançamento: 2016


Sinopse
Um marinheiro condenado naufraga em uma ilha desconhecida. Nos vales envoltos a um nevoeiro, encontram-se cadáveres cobertos de musgo agarrados a armas enferrujadas, onde vultos cambaleantes começam a se mexer. Abaixo ruínas, estruturas corroídas pelo sal e corredores labirínticos levam a mal inominável, há muito esquecido pelo homem.

Uncharted 4: A Thief’s End [Review sem Spoilers]

Desde que me entendo por gente eu tenho jogado, e desde os meus primeiros consoles a Naughty Dog sempre foi uma desenvolvedora de qualidade inigualável, fosse com o clássico Crash ou com a série Jak and Daxter. Detentora também do título The Last of Us, ela poderia facilmente ser considerada como o Midas das desenvolvedoras de jogos, tornando tudo que toca em ouro. A sua série Uncharted já é referência no mundo dos jogos desde o seu primeiro título, e não existe muito que dizer em relação a isso. Tendo o seu segundo título, Among Thieves, como um dos mais bem avaliados de todos os jogos de PlayStation3. O fim da saga de Nathan Drake, personagem principal de Uncharted, traz um aperto forte aos corações de todos os fãs da saga, mas consegue fechar com chave de ouro a sua épica aventura, dividida em quatro jogos principais para PlayStations 3 e 4, além de dois títulos lançados para o PSVita.
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Em Uncharted 4, entre sequências de ação que tiram o fôlego e cutscenes cativantes (tanto pelo roteiro do jogo quanto pelos gráficos avassaladores) é explorada por meio de flashbacks a infância de Drake, parte do herói que sempre foi envolta em mistério, mas que neste último título, é crucial para todo o enredo. A Thief’s End inova sem perder a alma da franquia, com um Drake maduro, porém tão charmoso e engraçado quanto nos primeiros jogos. Não é fácil falar da evolução do personagem sem spoilers, mas é certamente seguro dizer que ele é um ser muito mais complexo do que o Drake que era visto até então, enfrentando dilemas acerca de todo o propósito de sua vida como caçador de tesouros. Como se o próprio personagem ressoasse com os últimos suspiros de sua saga.

IMG_6537[1]A jogabilidade permanece muito semelhante ao que foi visto no terceiro jogo da saga, porém com uma lapidação que o consolida, não mais como um simples TPS, mas como, de fato, um jogo de aventura e ação, focado mais em puzzles, escaladas e outras mecânicas do que em trocas de tiros constantes, sendo, inclusive, o mais focado na furtividade em combate até então. Um pequeno, porém feliz, adendo é a possibilidade de usar um gancho de escalada para prosseguir em certos momentos.

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Os cenários são de cair o queixo e os mapas tão grandes que seria possível confundi-los como sendo parte de um jogo com mundo aberto. Como de costume, são retratadas diversas partes do mundo, da América do Sul à Europa e até mesmo Madagascar, passando com perfeição a cultura local e sua beleza paradisíaca, por mais breve que seja o momento.

IMG_6539[1]A iluminação merece muitos pontos também, excedendo até mesmo os trabalhos realizados nos títulos anteriores, tendo importante foco a todo instante, desde cavernas iluminadas por luzes bruxuleantes de tochas, até mesmo à luz da lua em fases noturnas. A experiência visual é tão colossal que a própria Naughty Dog sentiu a necessidade de incluir um modo de fotografia em seu jogo, para que os jogadores pudessem soltar a imaginação na hora de tirar screenshots de sua obra prima. Assim, até mesmo aqueles que não têm o habito de registrar suas jogatinas, certamente sentirão a compulsão de fazê-lo nesse jogo.

Todos os movimentos dos personagens tem uma fluidez admirável, sempre parecendo naturais e realistas, graças tanto aos gráficos, quanto à engine utilizada. Tornando-o uma ótima e divertida experiência até mesmo para um jogador de primeira viagem.

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Não existe erro em afirmar que Uncharted 4 é um dos mais bem feitos jogos lançados até o momento para o PlayStation 4, trazendo consigo todo o peso de sua franquia e não decepcionando fãs, nem novatos, em momento algum.


Nome: Uncharted 4: A Thief’s End
Desenvolvedora: Naughty Dog
Plataforma: Playstation 4
Gênero: Ação, Aventura, TPS
Diretores: Bruce Straley
Neil Druckmann
Compositor: Henry Jackman
Modos de Jogo: Singleplayer e Multiplayer
Lançamento: 2016


Sinopse
Três anos depois dos eventos ocorridos em Uncharted 3: Drake’s Deception, Nathan “Nate” Drake desistiu de ser um caçador de tesouros e tem uma vida normal com Elena Fisher. A sua rotina é interrompida quando Samuel “Sam” Drake, o seu irmão mais velho, que supostamente estaria morto, entra em sua vida. Sam diz-lhe que precisa da ajuda de Drake para encontrar um artefato muito antigo relacionado com o tesouro do pirata Henry Avery; a sua vida depende disso.

So Nerd – Especial Uncharted 4

Esquadrão Suicida – Crítica Sem Spoilers

Confesso que tenho muito prazer em ver os filmes inspirados em personagens da DC, pois, diferente dos da Marvel você fica remoendo tudo aquilo por um bom tempo. Acredito que seja pela familiaridade que tenho com os personagens por ser um leitor voraz de seus quadrinhos desde 1979.  O trio Batman, Superman e Mulher Maravilha foram os primeiros heróis que me encantaram e graças à boa editora EBAL, que me apresentou a eles, tenho essa grande simpatia   por cada um. Logo é muito natural que tal sentimento se espalhe para os personagens secundários também.

maxresdefault (1)O Esquadrão Suicida teve sua primeira aparição em 1959 e, alimentada pela série Missão Impossível e filmes como Os doze condenados, se tornou um achado de publicação sendo uma ideia genial, pois responderia à velha pergunta “O que acontece com estes vilões quando os heróis os prendem?”  Ora, montar um time de vilões condenados para fazer algo de positivo era algo fenomenal! Primeiro porque seria um exercício muito bom para escritores da época e, melhor ainda, mostraria para os leitores que até os seres mais cruéis eram capazes de um ato de bondade e de “amor ao próximo” (neste caso o próximo eram sempre eles mesmos).Brave_and_the_Bold_v.1_25

Porém com o tempo a revista foi se tornando repetitiva, já que os heróis passaram a tomar atitudes mais cruéis que muito dos antigos vilões. Reuni-los seria apenas chover no molhado.  O mundo depois de O cavaleiro das Trevas e Watchmen havia mudado muito a relação – herói e fã. Afinal, quem iria querer saber agora de personagens de terceira lutando contra terroristas em algum país da América do Sul? Cabe lembrar que as primeiras aventuras desse esquadrão não tinham super-vilões, apenas condenados com habilidades especiais, mas não necessariamente poderes.

Em 1986 a série retorna agora com histórias mais bem elaboradas e com os super-vilões cumprindo a função de salvar o dia, no entanto as narrativas ganharam outro mote. Nesta série eles resolviam problemas como lutar contra invasões alienígenas secretas ou criaturas de outras dimensões. Isso tudo devido ao tempo “indisponível” dos super-heróis. As revistas tinham vendas suficientes para se manter no mercado, principalmente com o advento da Suicide_Squad_Vol_4-30_Cover-1inversão de valores que teve seu bum ainda nos anos 80 e com a participação de grandes personagens como o Pistoleiro, por exemplo, que ganhou graças em séries de TV e desenhos animados. O vilão era mal, mas não era tolo e ingênuo como os heróis. Eles falavam o que pensavam, mesmo quando não eram populares e era isso que fazia deles especiais e queridos pelos novos leitores. Quando você se perguntar por que o He-Man saiu do mercado saiba apenas que os bonecos dos vilões tinham mais saídas e a forma doce e meiga de um homem muito forte, que mesmo segurando uma espada não era nada agressivo, deixou de convencer o público. Veja, por exemplo, as lutas livres americanas. As pessoas amam odiá-los. Não seria diferente nos quadrinhos, ainda mais com uma quantidade infinita de vilões que surgiram para enfeitar as páginas de tantos outros super-heróis.

Entretanto, quando fui ver o filme, eu esperava algo não necessariamente grandioso. É sabido que eles não iriam gastar muito com personagens não conhecidos do grande público, porém muitas edições atuais do Esquadrão tinham plots maravilhosos, os quais poderiam caber no orçamento. Eh, mas o que foi entregue está longe do que realmente os fãs mereciam. Ou seja, a DC fez de novo.suicide-squad-esquadrao-suicida-3

Eu realmente acreditei que como os dois primeiro filmes da nova safra trouxeram um caráter mais sombrio em sua fotografia, este filme teria algo com mais requinte de crueldade, por assim dizer. Afinal é uma equipe de vilões.

Alguns amigos até falaram que o problema seria os atores escolhidos, mas depois de ver o filme ficou claro que eles não atrapalharam em nada. Mesmo o Crocodilo, vivido por Adewale Akinnuoye-Agbaje, sendo pouca coisa mais alto que a Arlequina não atrapalhou tanto, muito menos a troca de etnia do Pistoleiro. O problema do filme está em seu roteiro.

tfmsswsMas aí, alguns vão dizer que estou me repetindo, pois eu disse o mesmo de Batman Versus Superman.  No entanto, infelizmente a falta de norte da equipe de roteiristas deixou uma lambança de erros de continuidade que beira ao ridículo em muitas das situações. Até um estudante de primeiro ano de cinema consegue ver as cenas que foram plantadas em pós produção.

 Para começar a trama do filme é a própria solução do filme. Isso mesmo. Quando você lê uma edição dos personagens nos quadrinhos você realmente compra a ideia de que se precisa de uma equipe deste naipe no mundo. Afinal alguém tem que fazer o trabalho sujo. No filme, entretanto a visão é completamente diferente. A primeira missão da dita equipe é contra … Pasme … eles mesmos.

Amanda Waller vivida pela competente Viola Davis está perdida no filme. Até começa bem, mas depois os roteiristas fazem uma bagunça com a personagem que você não entende para onde isso vai caminhar. Nos quadrinhos ela tem a resposta antes da pergunta. Aqui ela não merece o cargo que tem junto ao governo.Suicide-Squad-Movie-Amanda-Waller-Role

O Pistoleiro, vivido por Will Smith, e a Alerquina, na pele de Margot Robbie, estão ótimos nos personagens e realmente roubam toda a cena com piadas bem colocadas e abordagem sentimentais que alegraram quem foi ver o filme, mas é só isso. Este é o único ponto positivo que aponto para o filme.

A presença de Batman e do Coringa que imaginei servir como catalisador de alguma situação, foi, na minha opinião, meramente para dar beleza ao bolo. Traduzindo. Eles não fizeram a menor falta. Acho que os autores poderiam ter ousado mais com eles, ou mesmo deixado mais simples como foi feito com um terceiro super que também dá as caras no filme e assim, dando a eles uma importância mais satisfatória.  Se você perceber bem terá a impressão que depois do filme pronto eles colocaram cenas extras com estes dois maxresdefault (2)personagens.

Para os que admiram os personagens nos quadrinhos também vão estranhar muito Rick Flag. A postura de líder e a eficiência para comandar uma equipe bizarra como esta não estão ali. Pior. O que vemos é um personagem cheio de sentimentos que parece o tempo todo se fazer de durão, mas é pior que o unicórnio de pelúcia que o Capitão Bumerangue carrega o tempo todo e que você não tem a menor ideia do porquê disso, pois assim como parece importante para o personagem desaparece durante o desenrolar do filme. Aliás o Capitão Bumerangue, vivido por Jai Courtney, está mais alucinado e desiquilibrado que o próprio Coringa.jai

Falando nele, não tem como dar um parecer concreto sobre o Coringa, de Jared Leto, já que ele nada mais é que um personagem secundário no filme. Tivemos apenas um vislumbre do que poderá ser o novo Coringa. Mas de cara posso adiantar: Você com certeza vai colocar na mesa a competência deste Coringa e o do excelente Heath Ledger, mesmo sabendo que são realidades diferentes. Porém, eu não consegui ver o Coringa louco e estranho neste filme. Ele no máximo estava para um tipo excêntrico. SUICIDE SQUAD

Os demais personagens são tão apagados devido a presença de artistas como Smith, por exemplo, que em certos momentos do filme até me esqueço deles.

maxresdefaultQuanto ao vilão, que como disse poderia ter sido evitado desde o começo, tinha um potencial muito bom, se fosse colocado em outro contexto da história. Por exemplo … Se não tivesse contato algum com Amanda. Teria um sentido mais interessante e você compraria a trama muito melhor. Porém como todo bom filme de roteiro fraco, tudo acaba bem mesmo que não agrade ninguém. Logo o filme acaba … acabando.esquadraosuicidacartaz01061

Minha visão desta versão dos Guardiões da Galáxia da DC não poderia ter sido mais decepcionante, entretanto o filme não desagrada a quem não conhece nada dos personagens. Pois é superior por exemplo a um filme das Tartarugas Ninja. Pessoas que estavam em minha volta apreciaram o filme e o acharam muito divertido. Então caso você seja uma dessas pessoas, que não se liga muito em comparar quadrinhos e cinema, o filme é uma boa pedida e vale com certeza o ingresso. No entanto se você já tem aquela bola na garganta desde Homem de Aço, aconselho não perder seu tempo.

Minha nota é um bom 6 devido aos atores e em especial a Robbie, que salvou a personagem Arlequina. Ela está simplesmente fantástica no papel .


Nome: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)
Direção: David Ayer
Gênero: Ação, Fantasia e Policial
País: Estados Unidos
Ano: 2016
Duração: 123 minutos


Sinopse
Reúna um time dos super vilões mais perigosos já encarcerados, dê a eles o arsenal mais poderoso do qual o governo dispõe e os envie em missão para derrotar uma entidade enigmática e insuperável que a agente Amanda Waller (Viola Davis) concluiu que só pode ser vencida por indivíduos desprezíveis e com nada a perder. Quando os membros do improvável time percebem que não foram escolhidos para vencer, mas sim para falharem inevitavelmente, será que o Esquadrão Suicida decide ir até o fim tentando concluir a missão ou a partir daí é cada um por si?

Informe SoNerd #11

Jason Bourne – Crítica Sem Spoilers

Em 1980 o escritor Robert Ludlum apresentava ao mundo a sua versão americana do 007: A identidade Bourne (The Bourne Identity). Um espião perfeito imbuído de um patriotismo sem precedente desenvolvido por psicólogos da CIA, a agência de inteligência americana, para nunca fazer sequer uma indagação sobre suas missões e cumpri-las de forma direta e eficiente. Fluente em várias línguas de forma a enganar até mesmo um nativo, domina diversas formas de artes marciais e conhecimento tático em espionagem, além de possuir uma inteligência muito acima da média.  Jason Bourne tem todos os ingredientes de uma personagem que vem para agradar ao público pós onze de setembro. Logo, foi um sucesso imediato e hoje já nos brinda com mais de 12 títulos.

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Todos foram um sucesso de crítica e de vendas. No entanto, não só por vender algo que o público quer, mas por possuir um ritmo narrativo que te prende da primeira à última página. Ludlum sabe como enganar aquele leitor que gostar de deduzir o que vai acontecer no capítulo seguinte deixando a história realmente imprevisível. Para os que conhecem o autor sabem que ele já fazia isso muito bem desde os anos 70, como por exemplo em Gêmeos não se amam e O Pacto Cassandra. Era inevitável que Hollywood não fosse colocar isso nas telonas e apresentar o personagem ao mundo todo. Foi escolhido para o papel 31624título o ator Matt Damon e para a direção, o competente Doug Liman. Nisso em outubro de 2002 os fãs da franquia conheceram seu personagem favorito com o filme A identidade Bourne. O sucesso foi imediato e Jason Bourne caiu na graça do grande público.  Os produtores então viram que tinham uma mina de ouro ali, com um excelente ator para o papel além da vantagem de vários livros já publicados contendo ótimas histórias. Com isso em 2004 vimos A Supremacia Bourne e em 2007 O ultimato Bourne. Ambos com a direção frenética e também de peso de Paul Greengrass. Todos sabiam que Hollywood havia encontrado a nova “menina dos olhos” para trazer dinheiro para seus cofres, no entanto não contavam com a decisão de Damon em não querer voltar para um quarto filme sem a presença de Greengrass na direção. Temos que lembrar que Matt Damon conhece um jason-bourne-story_647_042216115508pouco deste universo, tendo ele mesmo ganhado um Oscar de melhor roteiro no filme Gênio Indomado (Good Will Hunting) de 1997. Como os produtores não conseguiram fazê-lo mudar de ideia e aceitar o diretor escolhido para a nova continuação e queriam fazer um filme o mais rápido possível para continuar gerando dinheiro, acharam então melhor esquecer o personagem principal e usar o também competente Jeremy Renner com o filme O Legado Bourne (The Bourne Legacy) em 2012 com direção de Tony b732bce9abf116ce954e4490cfdb927dfe1ad94c67ff2e5e9c59c647af3f819dGilroy. Apesar do nome do personagem está o tempo todo sendo ouvido nesta continuação e da boa atuação de Renner com seu personagem Aaron Cross (Devo ressaltar que foi uma surpresa não terem dado o personagem para Renner, pois Hollywood é bem conhecida por trocar atores a seu bel prazer) e tendo uma boa bilheteria em seu primeiro fim de semana nos Estados Unidos, a reação do público não foi muito positiva. Afinal as pessoas foram para o cinema querendo ver Jason Bourne e não um substituto. Hollywood teve, então, que aceitar os termos impostos por Matt Damon que provou seu ponto de vista. O público realmente gosta de Jason Bourne.

Novas negociações foram feitas e após longos 4 anos e muito dinheiro em cima da mesa, Damon e Greengrass se reuniram para o mais recente filme Jason Bourne (2016).

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A história agora praticamente esquece tudo que foi visto no filme anterior, e parece realmente uma continuação do terceiro filme. Entretanto, diferente dos anteriores, vemos um Jason Bourne menos crível. Apesar do plot bem elaborado e do roteiro (inferior aos anteriores, devo ressaltar) bem amarrado os fãs vão perceber um personagem mais apático. Paul Greengrass traz uma direção mais cheia de closes, principalmente Jason-Bournenas cenas de ação, o que, na minha opinião, faz com que diminua um pouco o personagem que se tornou fonte de longos bate papos por conta das habilidades em lutas e de como elas eram incrivelmente bem filmadas. Lutas essas, que vão ficar devendo infelizmente. Jason resolve alguns de seus confrontos apenas com um único soco.

Mesmo com a presença sempre bem vinda de Tommy Lee Jones como o chefe da CIA Robert Dewey e do muito mal aproveitado Vicent Cassel como um dos agentes que darão trabalho para Bourne, o filme acaba sofrendo o triste destino de ser comparado com ele mesmo. As jogadas inteligentes e ações mirabolantes que vemos tantos nos livros quanto nos quatro Jason-Bourne-trailer-03filmes anteriores são apenas um tira gosto neste aqui. Devo dizer que o anterior de 2012 chega a ser bem melhor, mesmo não tendo o personagem principal

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. Aqui vemos Bourne em conflito novamente querendo saber do seu passado mais profundamente o que acaba gerando uma série de situações que, sinceramente, seriam facilmente resolvidas pelo Jason do primeiro filme em menos tempo e com mais eficiência. Alguns rostos velhos e novos também dão seu ar da graça neste novo filme, mas sem nenhum lampejo que mereça destaque. Isso inclui Alicia Vikander, conhecida pelo premiado Ex machina (2015), que desempenhou com maestria Vincent-Cassel-Bourne-o papel da androide Ava, mas que aqui apenas dança discreta no enredo como apenas uma válvula de escape que serve para rapidamente resolver dilemas que poderiam ter um desenrolar muito mais criativo.  Temos também alguns furos de texto e continuidade que até os mais ingênuos neste gênero de filme vão perceber e se perguntar como foi possível tal situação.maxresdefault

Entretanto, vale a pena ver o filme, pois novamente temos um herói que ganhou mérito e prestígio junto ao público e que salva nas poucas cenas que lembram a maestria dos três primeiros filmes, mas que é verdadeiramente inferior aos seus predecessores.

Com toda certeza vale o ingresso, mas não se sinta mal se sair com um sentimento de quero mais. A bilheteria do filme não foi ruim, com cinquenta milhões de dólares em seu lançamento, porém inferior aos sessenta e nove milhões da cópia de 2012.

 

Acredito que iremos ver Jason Bourne em novos filmes, já que seu criador Robert Ludlum ainda tem muito para contar sobre ele. Além disso o termômetro do sucesso ou não de Jason Bourne vai fazer com que os produtores repensem algumas decisões tomadas.

Minha nota é um 7,5 e esperando uma continuação que honre os três primeiro filmes.


Nome: Jason Bourne
Direção: Paul Greengrass
Quarto filme da franquia Bourne

Gênero: Ação, Thriller
País: Estados Unidos
Ano: 2016
Duração: 123 minutos


Sinopse
Fora do radar como lutator de rua, Jason Bourne (Matt Damon) é surpreendido por Nicky Parsons (Julia Stiles), que o procura oferecendo novas informações sobre seu passado. Inicialmente resistente, ele acaba voltando aos Estados Unidos para continuar a investigação e entra na mira do ex-chefe Robert Dewey (Tommy Lee Jones), que teme mais um vazamento de dados. Dentro na CIA, no entanto, a novata Heather Lee (Alicia Vikander) acredita que tentar recrutar Bourne para a agência seja a melhor solução.

O Bom Gigante Amigo – Crítica Sem Spoilers

A primeira vez que tive contato com Roald Dahl não foi com seus livros, mas com o filme “A fantástica Fábrica de Chocolate”, na TV, no início dos anos 80. Me apaixonei tanto por aquelas criaturinhas criadas por sua mente que corri até a biblioteca de minha cidade e fui atrás desta aventura em palavras. Naquela época (antes do Google) eu não tinha o nome do escritor, somente o nome do filme e a informação dada na época pela jornalista Glória Maria, de que se tratava de um filme baseado em um livro (acho que foi no Fantástico que vi isso, não me lembro bem).

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Para minha tristeza lá não tinha o livro que eu queria ler, o que era uma pena, pois eu tinha size_810_16_9_Willy_Wonkacerteza que os Umpa-Lumpas eram mais no livro do que vi no filme, e também, porque nos anos 80, por alguma razão que desconheço, livros custavam os olhos da cara (ou eu era muito “quebrado”?), porém, a senhora que me atendeu era uma leitora nata e me apresentou não somente ao nome do escritor, mas também a umas outras obras que estavam em português (de Portugal de facto) e que há pouco tempo havia chegado a biblioteca.

Os livros eram James e o Pêssego Gigante  e  O Bom Gigante Amigo. Foram mais de 400 páginas recheadas de amizade, respeito, dignidade, responsabilidade e fidelidade. Ou seja, tudo aquilo que toda criança deveria receber durante seu desenvolvimento moral. Mais tarde tive o prazer de conhecer outras obras de Roald Dahl como Matilda, As Bruxas (que ganhou o nome de Convenção das Bruxas na versão em português para os cinemas em 1990)e, claro, A fantástica Fábrica de Chocolate, que por sinal, ganhou duas versões no downloadcinema, a de 1971 e outra dirigida por Tim Burton em 2005, esta sendo mais fiel ao livro, mas que mesmo tendo sido feitos com um esmero profundo e respeito com a obra original, não substituem o prazer de navegar por entre as páginas originais, já que um filme  apresenta um ponto de vista que não necessariamente representará o seu próprio.

Roald Dahl birthday quiz - how well do you know your Dahl? Quentin Blake

Quando eu soube que a Disney estaria desenvolvendo o filme a partir deste livro e que Steven Spielberg estava à frente desta empreitada, aquele garoto de dez anos, que dormia dentro de minhas lembranças, despertou e ficou muito entusiasmado. Afinal, foram anos de espera para ver como seria a Sofia e o bom e orelhudo BGA em 3D.

O filme não poderia ser mais fiel ao livro, salvo alguns detalhes que verdadeiramente não iriam funcionar com os jovens de hoje como, por exemplo, algumas referências metalinguísticas. Entretanto as falas e a forma de desandar do filme foram bem trabalhadas pelo diretor de maneira a preservar o encanto dos personagens de mais de 30 anos de idade.

Director Steven Spielberg attends a news conference for the film "The BFG" (Le Bon Gros Geant) out of competition at the 69th Cannes Film Festival in Cannes

O filme, entretanto, pode não tocar a todos da mesma forma que o livro faz, pois, assim como Doutor Seuss, Dahn usa da linguagem da criança para passar as suas aventuras. Com isso você tem um conteúdo que beira o conceito do sem sentido e, em muitas das vezes, as soluções podem ser consideradas estranhas e sem lógica. Pode parecer tolo de minha parte ao dar importância a isso, no entanto, observando alguns jovens, e até mesmo meu filho, vendo o filme, não consegui captar a essência que ganhei quando li o livro. A mensagem ou mensagens estão lá, porém acabaram um pouco mascaradas por conta da magnificência de ótimos efeitos especiais e a direção dinâmica de Spielberg. Mas isso, de forma alguma, transforma o filme em algo ruim, mas cria uma ligação entre a criança e a família, que será vital para que o aproveitamento deste momento juntos em frente à telona seja total e especial.

No filme vemos a referência do autor para uma das criaturas mais antigas do folclore inglês: O Sandman, ou como é conhecido aqui Zé da areia, João Pestana e por aí vai. Roald Dahl quis fazer algo mais incrível, por assim dizer, e cria um gigante que caça sonhos e o leva para crianças à noite. Seu trabalho vai muito bem até que é visto pela jovem órfã Sofia (Sophie, na versão original). Por regra, para esconder seu segredo, o Gigante a leva para seu mundo. A Terra dos Gigantes. Lá ela vai descobrir que aquele ser gigante é muito mais que sua aparência mostra e que sentimentos verdadeiros podem mudar qualquer um dando-lhes armas para reorganizar suas vidas.bfg-arvore

No papel de Sofia temos a atriz Ruby Barnhill em seu primeiro trabalho no cinema. A garota de doze anos faz muito bem a personagem com graciosidade em mostrar uma criança forte, decidida e inteligente, porém sem perder o encanto da sua inocência. Uma característica bem marcante nos livros de Roald. No entanto achei que faltou alguma coisa na atuação que, apesar de boa, ficou um tanto plástica, beirando em alguns momentos a uma performance teatral. Talvez isso se explique pelo fato dela ter atuado quase todo o filme em cenários de chroma Key. Mas não se preocupem, pois não afeta o desenrolar da narrativa nem o aproveitamento da personagem. Se você a comparar por exemplo com a ex-atriz Mara Wilson, que interpretou 14mai2016--o-ator-mark-rylance-promove-o-filme-o-bom-gigante-amigo-1463230680833_300x420outra personagem de Dahl, Matilda (1996), fica complicado não fazer as comparações quanto a atuação. Mark Rylance, mais conhecido por fazer um espião russo no filme “Ponte de espiões” (2015), levando o merecido Oscar de melhor ator coadjuvante, empresta seu corpo e voz ao personagem título. Sua versão em CG está perfeita e acredito que se não fossem as artimanhas feitas por BGA o ator poderia ter feito tranquilamente o papel sem o artifício da captura de movimento. A pureza e a gentileza, misturada ao jeito simples, que toca leitores desde de 1982, deste gigante foram muito bem administrados pelo talento de Rylance. Você realmente compra o personagem e acaba se encantando com seu jeito engraçado de trabalhar as palavras. Por falar nisso, quero fazer uma ressalva ao excelente trabalho de dublagem, que tenho certeza teve trabalho na hora de passar estas palavras para o português e adaptar muitas delas.

Outras estrelas estão enfeitando o filme, como por exemplo Bill Hader que faz o papel doMV5BNTY3MzgwMjE3N15BMl5BanBnXkFtZTcwNjc2MjE3NA@@._V1_UX214_CR0,0,214,317_AL_ Líder do grupo de gigantes não tão simpáticos e claro, a trilha sonora inconfundível e brilhante de John Williams.

Fico feliz em ver que Spielberg optou por manter a história em sua ambientação original no início dos anos 80 e, claro, os fatos políticos, que apesar de parecerem engraçados em uma primeira vista, são, também, fortemente críticos, contudo, foi arriscado por conta de um público que não viveu estes momentos ou que provavelmente não vai saber de quem se trata muitos dos nomes colocados ali. Fica então como dica conhecer um pouco da política e líderes mundiais entre 1980 e 1987. Mas não leve isso como dever de casa, pois dá para ver o filme independente disso.

Minha nota é um bom 8, pois vale muito a pena ver, desde que você se desprenda de conceitos muitos severos da realidade e saiba que está indo ver um filme baseado em uma obra infantil. Levar seus filhos ou sobrinhos seria um ótimo programa.

Aconselho também ler o livro que ganhou uma edição muito bonita da Editora 34 e o preço está próximo de quarenta reais. Para o livro dou uma nota 10.


Nome: O Bom Gigante Amigo (The BFG)
Direção: Steven Spielberg
Baseado na obra de Roald Dahl

Gênero: Aventura, Família, Fantasia
País: Estados Unidos
Ano: 2016
Duração: 117 minutos
Classificação: Livre.


Sinopse
A pequena órfã Sophie (Ruby Barnhill) encontra um gigante amigável que, apesar de sua aparência assustadora, se mostra uma alma bondosa, um ser renegado pelos seus semelhantes por se recusar a comer meninos e meninas. A garotinha, a Rainha da Inglaterra (Penelope Wilton) e o ser de sete metros de altura unem-se em uma aventura para eliminar os gigantes malvados que estão planejando tomar as cidades e aterrorizar os humanos.

Por Que Gostar de Ficção Científica? Conceitos Abstratos II – Tempo Contínuo ou Tempo Discreto.

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Faz um certo tempo que me interesso por questões temporais desde “Como se formaram as civilizações?”, passando por “Como funciona um relógio?” e pela mais importante “quanto tempo demora para o almoço ficar pronto?”, até uma questão fundamental da natureza do tempo:
O tempo é discreto ou contínuo?

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Para introduzi-los nessa discussão, antes de mais nada, devemos entender do que se trata isso que eu escrevi ali em cima. Tudo o que se pode medir se enquadram em uma dessas categorias: Discreta ou Contínua.

Discreto é aquilo que é sempre inteiro, tem quantidade predeterminada, é quantizada, é preciso e certeiro, 8 ou 80; exemplo:
– O conjunto nos números naturais. 1, 2, 3, 4, […];

Contínuo é trata aquilo que sempre tem intermediários… como assim?
Exemplo: os números Reais…
Quantos números, existem de 0 a 1 ?
Resposta – infinitos: 0; 0,00000000000001; 0.00000002; 0,00000012; […].

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Na Figura ao lado podemos ver a representação gráfica desses conceitos, quanto o discreto só existe no quadriculado (Vermelho), o contínuo admite todas as posições entre o quadriculado também (Cinza).

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Com relação ao tempo a questão é a seguinte: “O tempo é como uma película de filme, quadro por quadro, não existindo nada entre eles? E o melhor… se existe um quantum temporal, quanto ele mede?

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De acordo com algumas teorias da física moderna, o tempo, tal qual o espaço, de natureza discreta. Ou seja, se pegarmos um cronômetro infinitamente preciso ele pararia de contar o tempo por volta da 42ª casa decimal… (Não é piada. Rsrsrsrs)
Medidas bem pequenas como essa são chamadas medidas de Plank, e, teoricamente, nada consegue ser menor que elas e tudo que existe no universo são múltiplos dela.

Já o tempo contínuo não tem disso, sequer seria possível um cronometro tão preciso, por que necessitaria de infinitas casas decimais para captar as variações infinitas de tempo. Obviamente, por não termos tecnologia suficiente para medir esse quantum empiricamente, as medidas de Plank ficam no campo da física teórica, tornando o tempo virtualmente contínuo.

De volta para o Futuro (1985)
Nesse filme de Robert Zemeckis podemos ver o tempo  em sua abordagem mais comum no cinema: contínuo, e em fluxo.
Nessa maneira de se narrar a viagem no tempo as alterações dela decorrentes são progressivas. Quando o delorean (Carro máquina do Tempo) viaja ele deixa um rastro de fogo no chão, até completar sua viagem (Faz a viagem aos poucos). Assim como, ao modificar o passado, as modificações não são pontuais, mas se propagam pelo tempo até afetar o futuro.

 

A fuga do Planeta dos Macacos (1973)
Já no terceiro filme da série planeta dos macacos podemos ver uma visão diferente,  diretor Don Taylor foi bem feliz ao mostrar o tempo discreto, em uma cena na qual um cientista explica num telejornal que o tempo funciona como um pintor que se pinta numa tela pintando um pintor que se pinta, infinitamente.
Nesse caso o quantum temporal seria o tempo imaginário que o pintor levaria para se pintar pintando um pintor… e esse tempo, hipoteticamente, se repetiria para os demais pintores, não havendo como ter um “próximo pintor” antes desse tempo.

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Interestelar (2014)
Como uma ficção científica bem arrumada, o diretor Nolan não poderia deixar de colocar um exemplo de tempo discreto. Além de vários conceitos sobre a gravidade, já mencionados em postagem anterior (PQ gostar de Sci-Fi? – I)  ao final do filme vemos um hipercubo com a “projeção” do tempo no espaço… e para “caminhar” pelo tempo o astronauta Cooper tem que se movimentar dentro do hipercubo. (Por questões de roteiro, cada “quadro” do tempo que ele via, não era estático, contudo a Sombra que os objetos fazem, além de lembrar cordas, proporcionava sensação de movimento quadro a quadro).

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